Apesar de jogos mais antigos não terem recebido atualizações necessárias, série conversa bem com plataforma da Valve.
Enquanto aguardamos ansiosamente por migalhas de Kingdom Hearts 4, a Square Enix compensou os fãs da franquia com a chegada de todos os títulos da série ao Steam. Kingdom Hearts já estava na Epic Games Store desde 2021, mas a chegada dos games na plataforma da Valve, que é inquestionavelmente a maior agregadora de jogos para computador, dá uma brisa de ar fresco para Sora e amigos — especialmente por conta do Steam Deck.
Há alguns asteriscos aí. Alguns jogos de Kingdom Hearts ficaram presos em suas plataformas de origem, e não estão em nenhuma de suas coletâneas mais recentes. 358/Days e Re:Coded, ambos do Nintendo DS, só sobrevivem por meio de suas cutscenes. Os pacotes também não incluem o Chain of Memories original, do Game Boy Advance, e só trazem o remake de PlayStation 2.
Ainda assim, o essencial está ali: a trilogia numerada, assim como Birth By Sleep e Dream Drop Distance — discutivelmente os mais importantes fora da sequência principal — são todos jogáveis, e o filme Back Cover X dá algum contexto para aqueles que, compreensivelmente, não querem se aproximar dos jogos de celular.
Kingdom Hearts 1 acabou sendo um dos primeiros jogos grandes que baixei em meu recém-adquirido Steam Deck OLED. O aparelho não é vendido oficialmente no Brasil, mas pode ser obtido por meio de outras lojas, e encaixa perfeitamente com o game de PlayStation 2: ainda que tenha sido lançado há mais de 20 anos, ele mostra belos visuais no portátil da Valve.
Infelizmente, alguns aspectos de KH1 ficaram no passado. O combate não é tão fluido quanto as sequências; nem é justo comparar o Sora criança com aquele que vemos em KH3, muito mais íntimo da Keyblade, mas é fato que algumas lutas podem se tornar frustrantes, especialmente no início da história, pela falta de mobilidade e variação.
A câmera e o sistema de mirar em oponentes também não são dos melhores, e podem gerar algumas frustrações. O sistema de saves ainda é bem similar ao que existia na época do Memory Card, e é possível perder bastante progresso com uma morte.
Pensando por outro lado, o moderníssimo e frenético Kingdom Hearts 3 também funciona muito bem no Steam Deck. É necessário fuçar um pouco nas configurações e, inevitavelmente, fazer algumas concessões em troca de mais beleza ou um melhor frame rate, mas é um prazer saber que a saga (quase) completa de Sora está acessível de forma tão simples.
Claro, para o público brasileiro ainda faltam as urgentes legendas em português nacional, que nunca chegaram à série. Mesmo Kingdom Hearts 3, que veio em uma época onde localizações para o Brasil já eram praticamente padrão, ainda não possui o recurso. Isso fica ainda mais bizarro sabendo que Final Fantasy VII Remake e Rebirth, por exemplo, ambos possuem localização, mas o mais recente Dragon Quest 3 2D-HD, não.
Como fã, seria interessantíssimo ter alguma atualização de qualidade de vida para os jogos mais antigos da série. Mudar a câmera e o sistema de save são caminhos possíveis, e também é compreensível que o combate "duro" seja mantido. Mesmo sem essas alterações, é ótimo que Kingdom Hearts finalmente tenha chegado no Steam, e fica a torcida para que os novos fãs empolguem Tetsuya Nomura a trabalhar ainda mais rápido em KH4.
fonte: The Enemy
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